Após derrota, analista vê PSDB caminhar à direita.

Para especialista, Aécio não tem espaço para ser líder no PSDB e Serra terá um caminho difícil porque cargos seriam humilhantes
Suzana Vier, Rede Brasil Atual
O PSDB deve assumir-se como partido de direita depois de perder a corrida presidencial com o ex-governador de Sâo Paulo, José Serra, segundo o professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Roberto Veras, em entrevista à Rede Brasil Atual. Para ele, Aécio Neves terá de enfrentar os tucanos paulistas e é possível até que ele deixe o partido. Serra tem poucas chances dentro do PSDB de São Paulo, diante das pretensões de Geraldo Alckmin, governador eleito dos paulistas.
Veras acredita que, após a campanha eleitoral, o PSDB vai se reestruturar para sua nova condição de “desaguadouro” de segmentos de extrema direita. “O Serra fez esse papel. Acolheu essas possibilidades. Ontem, no discurso, (ele) deixa nas entrelinhas que vai continuar reforçando essa perspectiva”, situa. E embora esteja fragilizado com a segunda derrota para a Presidência diante de candidatos do PT, os tucanos ganham fôlego com a eleição de oito governadores, o partido que mais elegeu governadores.
Nesse cenário, o PSDB se tornaria um partido mais à direita, reunindo forças políticas, sociais e religiosas consideradas adormecidas desde o fim da ditadura militar. “No discurso depois da derrota, Serra manteve o tom agressivo, como se continuasse no palanque”, analisa o pesquisador. “Certos segmentos vão assumir isso como condição de expressão de uma direita, junto com segmentos de classe média, que estão com muito ódio do que acontece no Brasil”, descreve.
O sociólogo afirma que convive, a partir de agora no PSDB, uma convergência entre política neoliberal e fascismo. “A política neoliberal dos anos 1990, defendendo privatização abertamente, eixo no ajuste fiscal, reforma do Estado não se sustenta mais politicamente”, resume. “Como o neoliberalismo no final do século passado sucumbiu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ou (o PSDB) mobiliza um discurso de ultradireita que fala de aborto, religião, demônio ou não tem como mobilizar o povo e se legitimar. É disso que resulta a convergência entre neoliberalismo e fascismo”, aponta o sociólogo.”

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